Siglas não pagam os boletos da minha empresa
- revistanovaversao
- 15 de mar.
- 3 min de leitura

Você pode nunca ter ouvido falar da sigla ESG, e isso é um problema para o seu negócio.
O ESG está mais presente no seu dia a dia do que você imagina. Para entender melhor, precisamos primeiro falar sobre um conceito que você certamente já ouviu: sustentabilidade. Prometo que será breve e indolor!
Quando se fala em sustentabilidade, muita gente pensa apenas no meio ambiente: plantar árvores, reciclar, economizar água e energia. Mas sustentabilidade vai muito além disso. O conceito se baseia no tripé da sustentabilidade, que equilibra três pilares essenciais:
• Ambiental: trata da preservação do meio ambiente e do uso responsável dos recursos naturais.
• Social: refere-se ao impacto das ações da empresa sobre as pessoas, incluindo funcionários, clientes e comunidades.
• Econômico: busca garantir que as empresas prosperem de forma responsável, equilibrando crescimento financeiro com impacto positivo.
Esse conceito já existe há muito tempo e está longe de ser novidade. Em 1987, a ONU definiu desenvolvimento sustentável como “atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades”. Pois é, estamos falhando (já ligou seu ar-condicionado hoje?).
O termo ESG (Environmental, Social and Governance — ou Ambiental, Social e Governança, em português) surgiu oficialmente em 2004, em um relatório chamado Quem se Importa Ganha (tradução livre), publicado pelo Pacto Global da ONU em parceria com instituições financeiras globais. Isso mesmo! Instituições financeiras têm tudo a ver com ESG, pois meio ambiente, pessoas e governança impactam fortemente as finanças das empresas — e vice-versa. O objetivo desse relatório era mostrar que empresas que incorporam critérios ambientais, sociais e de governança em sua gestão são mais sustentáveis e, claro, mais lucrativas a longo prazo.
Pense no ESG como um farol para negócios inteligentes e sustentáveis. Ele ajuda as empresas a crescerem sem comprometer recursos imprescindíveis ao próprio negócio e aos outros, ou prejudicar pessoas ao longo do caminho. Trata-se de uma estratégia viável para garantir a longevidade dos negócios em um mundo que está mudando drasticamente.
Os três pilares do ESG são:
• Ambiental: como a empresa lida com o meio ambiente — inclui economia de recursos, uso de energia limpa, gestão de resíduos, escolha de fornecedores sustentáveis, materiais, consumo de água, entre outros.
• Social: como a empresa lida com as pessoas dentro e fora do negócio — envolve funcionários, clientes, comunidades e toda a rede de impacto da empresa.
• Governança: como a empresa lidera, toma decisões e gerencia riscos — inclui transparência, ética, conformidade com regras e boas práticas de gestão.
Há alguns anos, sustentabilidade era vista como um diferencial. Hoje, tornou-se uma estratégia de negócios indispensável. Isso porque empresas e pessoas já sentem os impactos da alienação: matérias-primas mais caras e escassas, desastres climáticos como os ocorridos no Rio Grande do Sul, escândalos de corrupção e o avanço acelerado das novas tecnologias, deixando muitas organizações sem saber para onde correr.
O fato é que o que funcionou ontem para que o seu negócio obtivesse sucesso certamente não funcionará mais. Mudar a forma como definimos estratégias e gerenciamos nossas empresas é urgente.
Empresas que adotam ESG são mais competitivas, reduzem custos, atraem clientes e investidores e se tornam mais preparadas para os desafios do futuro. Por quê? Porque elas antecipam riscos e oportunidades que muitos negócios convencionais sequer enxergam.
Quer exemplos práticos?
• Uma empresa que troca sua matéria-prima por outra de origem renovável não está apenas sendo “amiga” do meio ambiente, mas também está inovando, alcançando novos mercados e garantindo o abastecimento futuro, evitando flutuações de preços.
• Uma empresa que reduz desperdícios não só economiza dinheiro, mas também descobre novas fontes de receita e melhora sua reputação no mercado.
• Uma empresa que investe no bem-estar dos funcionários aumenta a produtividade e reduz o turnover.
Ou seja, as siglas por si só não fazem milagres, mas as estratégias e ações baseadas em ESG podem, sim, “pagar seus boletos” e alavancar seus resultados. ESG não é um custo acessório — é uma maneira mais inteligente de fazer negócios.
Agora que ESG já não parece mais um bicho de sete cabeças, a pergunta que fica é: como colocar isso em prática no dia a dia dos negócios?
No próximo artigo, vamos ver como pequenas e médias empresas podem aplicar ESG de forma estratégica, sem complicação e sem investimentos astronômicos.
Yorumlar